sábado, 24 de outubro de 2009

Só mais uma história de cowboy


Acordo com uma bunda branca se afastando pelo corredor.


- Quem é você, bunda branca?

- Tua mãe!

Me sento na cama, e deixo os seios penderem para a frente, enquanto calço os chinelos. Balanço os peitos, para que cubram a visão de meus pés. Gosto muito dos pés das outras mulheres, mas os meus não. As vezes, eu os lambo, quando não há outros por perto. Mas não é por gosto, não.

Caminho até o banheiro, ouço alguem peidar. Deve ser "bunda branca". Se não tiver mais ninguem em casa. Não me lembro.

É Priscila. A garota que conheci ontem. Não é só a bunda que é branca.  Parece que tem um fantasma cagando no meu vaso.

-Oi!

-Oi!

-Tem uma calcinha pra me arrumar?

-O que aconteceu com a tua?

-Você rasgou.  Não lembra?

-Não. Não lembro de nada, de ontem.

-Porra! Nem do que me disse?

-O que te disse?

- Disse que ia casar comigo!

- Quantos anos você tem?

-- Fiz 19.

   Eu sorrio, e faço cafuné na sua franjinha loura.

 -Isso passa! Quando tinha tua idade, tambem conheci uma puta velha.  Me magoei.  Mas, hoje, com 36. Virei uma puta igual!

A garota me encara com olhos vermelhos. Vou pra sala, pegar um maço de cigarros.  Nada melhor que a porra dum cigarro pela manhã.  Ainda mais agora, que nos bares, fazem "cu doce" por causa dessa lei do caralho.  A fumaça me invade como um bálsamo, enquanto me olho no espelho, sai pelas narinas e me concentro no piercing na parte de dentro.  O piercing é bonito por fora, mas a verdade está lá dentro. Fincado na mucosa.  A imagem nublada da buceta daquela menina, me vem a memória, beiçuda, gordinha. Mas, aberta. Parecia uma ostra estragada.  Bucetas de boa aparência. Tanto por fora, como por dentro. Estão em baixa.  Essa meninada de hoje, se estraga. Cola o velcro com você, agora. Daí a pouco, senta numa porra de vara de negão. É uma putaria. Não existem mais princípios.  Ás vezes, penso se não é falta de "culhão", para segurar a barra em casa, quando teus pais te olham com nojo, e dizem que você tem aparência de homem. Ah, sei lá.  De repente, deve ser barra mesmo, pra eles.  A princesinha ficar com pinta de "estivador".  É.  Mas quero que eles vão tomar no cu, assim mesmo!

Aperto o passo e puxo o braço da garota, ainda instalada no meu vaso, ela começa a gritar e me chamar de louca.

- Aiiii!!! Eu tô fazendo cocôôôô!!!

-Sai! Fora da minha casa! Já!!!

 Ela sai, com passos de "chinesinha", enquanto lhe aplico umas boas palmadas na bunda suja.

-Aiii!! Deixa eu limpar minha bunda!!

-Não! Vai!!

-Me dá uma calcinha!

-Nem a pau, Juvenal!!

Ela veste o "top" e a saia, e a jogo para fora, batendo a porta na sua cara.

-Você disse que me amava!!

 É a ultima coisa que ouço, depois de um chute na porta.  Silêncio.

- Só você me entende, amigo!

Digo, preparando o "cowboy" sagrado de todas as manhãs.  Ao acender outro cigarro, penso no outro "cowboy". O do "Marlboro".  Meu grande inspirador. Que se fodeu com a porra do câncer.

Tonta, vou até o armário, pego o meu próprio chapéu de vaqueiro, paro em frente ao espelho, e imito De Niro, em "Taxi Driver", com o copo fazendo as vezes de revólver:

- Tá falando comigo?