Acordo com uma bunda branca se afastando pelo corredor.
- Quem é você, bunda branca?
- Tua mãe!
Me sento na cama, e deixo os seios penderem para a frente, enquanto calço os chinelos. Balanço os peitos, para que cubram a visão de meus pés. Gosto muito dos pés das outras mulheres, mas os meus não. As vezes, eu os lambo, quando não há outros por perto. Mas não é por gosto, não.
Caminho até o banheiro, ouço alguem peidar. Deve ser "bunda branca". Se não tiver mais ninguem em casa. Não me lembro.
É Priscila. A garota que conheci ontem. Não é só a bunda que é branca. Parece que tem um fantasma cagando no meu vaso.
-Oi!
-Oi!
-Tem uma calcinha pra me arrumar?
-O que aconteceu com a tua?
-Você rasgou. Não lembra?
-Não. Não lembro de nada, de ontem.
-Porra! Nem do que me disse?
-O que te disse?
- Disse que ia casar comigo!
- Quantos anos você tem?
-- Fiz 19.
Eu sorrio, e faço cafuné na sua franjinha loura.
-Isso passa! Quando tinha tua idade, tambem conheci uma puta velha. Me magoei. Mas, hoje, com 36. Virei uma puta igual!
A garota me encara com olhos vermelhos. Vou pra sala, pegar um maço de cigarros. Nada melhor que a porra dum cigarro pela manhã. Ainda mais agora, que nos bares, fazem "cu doce" por causa dessa lei do caralho. A fumaça me invade como um bálsamo, enquanto me olho no espelho, sai pelas narinas e me concentro no piercing na parte de dentro. O piercing é bonito por fora, mas a verdade está lá dentro. Fincado na mucosa. A imagem nublada da buceta daquela menina, me vem a memória, beiçuda, gordinha. Mas, aberta. Parecia uma ostra estragada. Bucetas de boa aparência. Tanto por fora, como por dentro. Estão em baixa. Essa meninada de hoje, se estraga. Cola o velcro com você, agora. Daí a pouco, senta numa porra de vara de negão. É uma putaria. Não existem mais princípios. Ás vezes, penso se não é falta de "culhão", para segurar a barra em casa, quando teus pais te olham com nojo, e dizem que você tem aparência de homem. Ah, sei lá. De repente, deve ser barra mesmo, pra eles. A princesinha ficar com pinta de "estivador". É. Mas quero que eles vão tomar no cu, assim mesmo!
Aperto o passo e puxo o braço da garota, ainda instalada no meu vaso, ela começa a gritar e me chamar de louca.
- Aiiii!!! Eu tô fazendo cocôôôô!!!
-Sai! Fora da minha casa! Já!!!
Ela sai, com passos de "chinesinha", enquanto lhe aplico umas boas palmadas na bunda suja.
-Aiii!! Deixa eu limpar minha bunda!!
-Não! Vai!!
-Me dá uma calcinha!
-Nem a pau, Juvenal!!
Ela veste o "top" e a saia, e a jogo para fora, batendo a porta na sua cara.
-Você disse que me amava!!
É a ultima coisa que ouço, depois de um chute na porta. Silêncio.
- Só você me entende, amigo!
Digo, preparando o "cowboy" sagrado de todas as manhãs. Ao acender outro cigarro, penso no outro "cowboy". O do "Marlboro". Meu grande inspirador. Que se fodeu com a porra do câncer.
Tonta, vou até o armário, pego o meu próprio chapéu de vaqueiro, paro em frente ao espelho, e imito De Niro, em "Taxi Driver", com o copo fazendo as vezes de revólver:
- Tá falando comigo?
sábado, 24 de outubro de 2009
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